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domingo, 7 de julho de 2013

MEDIANERAS - resenha de filme




MEDIANERAS 
(Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual )
Argentina/Espanha
2011
direção - Gustavo Taretto

O filme mostra a solidão dos dois personagens: Martin (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala), que vivem em Buenos Aires, cercados de desconhecidos, tentando, cada um do seu modo, se libertarem da "solidão urbana" tão comum nas grandes cidades e narrada através das angústias dos dois personagens.
Martin é um web designer que se isola em seu mundo virtual, vive recluso em seu apartamento tentando vencer sua fobia social. Mariana, após o término de um longo relacionamento, tenta reorganizar seu espaço e sua vida. Ambos vivem no mesmo quarteirão em uma rua movimentada e embora seus caminhos se cruzem não conseguiram ainda se encontrar, a ideia de que uma cidade grande pode aproximar e distanciar as pessoas é aqui muito bem explorada, a solidão no meio da multidão que é experimentada por quem vive nos grandes centros urbanos, não necessariamente dramática, mas, infelizmente e inexoravelmente real, o que Edward Hopper também soube retratar em seus quadros (vide abaixo).
Medianeras são as paredes laterais dos edifícios, conhecidas também como paredes "cegas", pois devido à proximidade com os prédios vizinhos não se pode abrir janelas, portanto não existem aberturas; são muito utilizadas para anúncios publicitários. Na Argentina e em outras cidades, a construção de paredes sem janelas é proibida por lei, mesmo assim muitos prédios optam por essa prática. As paredes sem janelas também impedem que o mundo externo possa entrar dentro do mundo interno, essa é a alusão que o filme, de certa forma traz, questionando isso ao mostrar os desencontros dos personagens. As "janelas internas" também precisam ser abertas permitindo que o externo permeie e interfira no que está contido dentro de nós, possibilitando com isso, uma troca, um encontro, uma relação, enfim ocasionar a mudança e movimentar o que está parado, o que, certamente irá gerar mudança, que nem sempre é fácil, pois nos habituamos a viver com  nossas "janelas fechadas", nossos sintomas; talvez seja mais fácil (embora não menos sofrido), ficar só.
Estreou no Brasil em setembro de 2011 e foi vencedor do Festival de Cinema de Gramado recebendo as estatuetas como melhor filme estrangeiro e de melhor diretor para Gustavo Taretto. 




Edward Hopper - Hotel Room / 1931 - óleo sobre tela 60 X 65 (Coleção Thyssen - Bornemisza)

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