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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A PRINCESA E A ERVILHA - conto infantil




A PRINCESA E A ERVILHA
Hans Christian Andersen

Era uma vez um príncipe que queria desposar uma princesa, mas ele estava em busca de uma princesa verdadeira. Assim, deu a volta ao mundo na esperança de encontrar uma, e, na realidade, não faltavam princesas, muitas ele encontrou em sua jornada: o que ele nunca podia assegurar era que se tratasse de verdadeiras princesas; havia sempre algo nelas que lhe parecia suspeito. Por consequência, regressou, muito deprimido, por não ter encontrado aquilo que desejava.
Uma noite, fazia um tempo horrível, os raios entrecruzavam-se no céu escuro, o trovão ribombava, chovia a cântaros, uma noite assustadora. No meio desse temporal, alguém bateu à porta do palácio e o velho rei apressou-se a mandar abrir.
Era uma moça pedindo guarida e dizendo-se ser uma princesa que foi surpreendida com aquele temporal enquanto voltava ao castelo de seu pai, mas, santo Deus, em que estado a chuva e a tempestade a haviam posto! A água escorria dos seus cabelos e das suas roupas, entrava-lhe pela biqueira dos sapatos e voltava a sair pelos saltos. Todavia, afirmou ser uma verdadeira princesa.
- Isso é o que iremos ver!- pensou a velha rainha, permitindo que passasse a noite no palácio. enquanto providenciou roupas secas para a moça, depois, sem dizer nada, entrou no quarto de dormir, tirou os lençóis e os colchões e colocou no fundo da cama um grão de ervilha. Em seguida, pegou vinte colchões de penas de ganso e estendeu-os sobre a ervilha e sobre os quais empilhou ainda vinte cobertas.
Era realmente a cama destinada à uma verdadeira princesa. No dia seguinte, pela manhã a rainha perguntou-lhe como passara ela aquela noite.
- Muito mal!- respondeu a moça abatida. – Mal consegui fechar os olhos durante toda a noite! Deus sabe o que tinha na cama; era algo muito duro que me pôs a pele toda roxa e não me deixou dormir. Que suplício!
A esta resposta, todos reconheceram que se tratava de uma verdadeira princesa, pois sentira uma ervilha através de vinte colchões e de vinte cobertas. Que mulher, a não ser uma princesa, poderia ter uma pele assim tão delicada?
O príncipe, completamente convencido de que aquela moça era de fato uma verdadeira princesa, tomou-a como esposa e a ervilha foi posta no museu, onde deve encontrar-se ainda por lá, a não ser que um colecionador a tenha roubado.
E aqui está uma história tão verdadeira como a princesa!

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