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sábado, 31 de agosto de 2013

JOÃO FIEL (conto)






JOÃO FIEL 

Irmãos GrimmAtenção, abrir em uma nova janela. 



Houve uma vez, um velho rei que, sentindo-se muito doente pensou: "Este será o meu leito de morte!” – disse então aos que o cercavam:
- Chamem o meu fiel João.
O fiel João era o seu criado predileto, assim chamado porque durante toda a vida, fora-lhe extremamente fiel. Portanto, quando se aproximou do leito onde estava o rei, este lhe disse:
- Meu fidelíssimo João, sinto que estou me aproximando do fim; nada me preocupa, a não ser o futuro do meu filho; é um rapaz ainda inexperiente e, se não me prometeres ensinar-lhe tudo e orientá-lo no que deve saber, assim como ser para ele um pai adotivo, não poderei fechar os olhos em paz.
- Não o abandonarei nunca – respondeu o fiel João – e prometo servi-lo com toda a lealdade, mesmo que isso me custe a vida.
- Agora morro despreocupado e em paz – exclamou o velho rei, e acrescentou: 
- Depois da minha morte, deves mostrar-lhe todo o castelo, os aposentos, as salas e os subterrâneos todos, com os tesouros que encerram. Exceto, porém, o ultimo quarto do corredor comprido, onde está escondido o retrato da princesa do Telhado de Ouro; pois, se vir aquele retrato ficara ardentemente apaixonado por ela, cairá em um sono profundo e, em consequência disso, irá correr grandes perigos dos quais eu te peço que o livres e o preserve. 
Assim que o fiel João acabou de apertar, ainda uma vez, a mão do velho rei em sinal de obediência este finalmente silenciou, reclinou a cabeça no travesseiro e morreu.
O velho rei foi enterrado com todas as honras e, passados alguns dias, o fiel João expôs ao príncipe o que lhe havia prometido ao seu pai pouco antes de sua morte, acrescentando:
- Cumprirei minha promessa feita ao vosso pai. Ser-te-ei fiel como o fui para com ele mesmo, mesmo que isso me custe a vida.
Transcorrido o período de luto, o fiel João disse-lhe:
- Já é tempo que tomes conhecimento das riquezas que herdaste; vamos, vou mostrar-te o castelo de teu pai.
Conduziu-o por toda parte, de cima até embaixo, mostrando-lhe os aposentos com o imenso tesouro, evitando, porém uma determinada porta: a do quarto onde se achava o retrato perigoso. Este estava colocado de maneira que ao abrir a porta, era logo visto; e era tão maravilhoso que parecia vivo, tão lindo, tão delicado que nada no mundo lhe podia comparar. O jovem rei notou que o fiel João passava sempre sem parar diante daquela única porta e, curiosamente perguntou:
- E essa porta, porque não abres nunca para que também possa saber o que tem?
- Não abro porque há lá dentro algo que te assustaria – respondeu o criado.
O jovem rei, porém insistiu:
- Já visitei todo o castelo, agora quero saber o que há lá dentro.
E foi se encaminhando em direção à porta, decidido a abri-la e entrar no quarto. O fiel João deteve-o, suplicando:
- Prometi a teu pai, momentos antes de sua morte, que jamais verias o que lá se encontra, porque isso seria causa de grandes desventuras para ti e para mim.
- Não, não – replicou o jovem – a minha desventura será ignorar o que há lá dentro, pois não terei mais sossego, enquanto não conseguir ver com meus próprios olhos o que existe por trás dessa porta. Não sarei daqui enquanto não abrires essa porta - falou decidido o rapaz.
Vendo que nada adiantava opor-se à decisão do jovem, o fiel João, com o coração apertado de angustia, procurou no grande molho a chave indicada. Tendo aberto a porta, entrou em primeiro lugar, pensando assim, encobrir com seu corpo a tela, a fim de que o rei não a visse. Nada adiantou, porém, porque o rei erguendo-se nas pontas dos pés, olhou por cima de seu ombro e conseguiu vê-la.
Mal avistou o retrato da belíssima jovem, resplandecente de ouro e pedrarias, caiu por terra desmaiado. O fiel João precipitou-se logo sobre ele e carregou-o para a cama, enquanto pensava, cheio de aflição: “A desgraça aconteceu; Ah! Senhor Deus, que acontecerá agora?” Procurou reanimá-lo, dando-lhe uns goles de vinho, e assim que o rei recuperou os sentidos, suas primeiras palavras foram:
- Ah! De quem é aquele retrato maravilhoso?
- É da princesa do Telhado de Ouro – respondeu o fiel João.
- Meu amor por ela, - acrescentou o rei - É tão grande que, se todas as folhas das árvores fossem línguas, ainda não bastariam para exprimi-lo; arriscarei, sem hesitar, minha vida para conquistá-la; e tu, meu fidelíssimo João, deves ajudar-me.
O podre criado meditou, longamente, na maneira conveniente de agir; porquanto, era muito difícil chegar à presença da princesa. Após muito refletir, descobriu um meio que lhe pareceu ser o mais adequado e comunicou ao rei.
- Tudo o que circunda a princesa é de ouro: mesas, cadeiras, baixelas, copos, vasilhas, enfim, todos os utensílios de uso doméstico são de ouro. Aqui no teu castelo, em teu tesouro há cinco toneladas de ouro; então, reúne os ourives da corte e manda cinzelar todo esse ouro; que seja transformado em toda espécie de vasos e objetos ornamentais: pássaros, feras e animais exóticos; isso agradará a princesa; a seguir iremos nos apresentar diante dela oferecendo todas essas coisas e tentaremos a sorte.
O jovem rei achou aquele conselho muito bom e convocou todos os ourives do reino e estes passaram a trabalhar dia e noite até aprontar aqueles esplêndidos objetos. Uma vez tudo pronto, foi carregado para um navio; o fiel João disfarçou-se em mercador e o rei teve de fazer o mesmo para não ser reconhecido. Em seguida zarparam, navegando longos dias até chegarem à cidade onde morava a princesa do Telhado de Ouro.
O fiel João aconselhou o rei a que permanecesse no navio esperando por ele que seguiria na frente.
- Talvez eu traga comigo a princesa - disse ele - Portanto, providencia para que tudo esteja em ordem; mande expor todos os objetos de ouro pelo convés e também que o navio fique caprichosamente adornado com esses belos enfeites.
Juntou, depois, diversos objetos de ouro no avental, desceu à terra e dirigiu-se diretamente ao palácio real onde vivia a princesa do Telhado de Ouro. Chegando ao pátio do palácio, avistou uma linda moça tirando água da fonte com dois baldes de ouro. Quando ela se voltou, carregando a água cristalina, deparou com o desconhecido e perguntou-lhe quem era.
- Sou um mercador - respondeu João, abrindo o avental e mostrando o que trazia.
- Ah! Que lindos objetos de ouro! – exclamou a moça.
Descansou os baldes no chão e pôs-se a examiná-los um por um.
- A princesa deve vê-los - disse ela; gosta tanto de objetos de ouro que, certamente, os comprará todos.
Tomando-lhe a mão, conduziu-o até aos aposentos superiores, que eram os da princesa. Quando esta viu a esplêndida mercadoria disse encantada:
- Estão todos tão bem cinzelados e perfeitos que desejo comprá-los todos.
O fiel João, porém, disse-lhe:
 - Eu sou apenas o criado de um rico mercador; o que tenho aqui não é nada comparado ao que meu amo tem em seu navio; o que de mais artístico e precioso se tenha já feito em ouro, ele tem lá.
Ele pediu que lhe trouxessem tudo, mas o fiel João retrucou:
 - Para isso seriam necessários muitos dias, tal a quantidade de objetos. Seriam necessárias também muitas salas para que pudessem ficar devidamente expostos para que Vossa Alteza pudesse apreciá-los.
Espicaçou-lhe assim a curiosidade e o desejo; então ela concordou em ir até ao navio ver de perto essas maravilhas, então disse a ele:
- Leva-me até o navio então, quero ver pessoalmente os tesouros que teu amo tem a bordo.
Radiante de felicidade, o fiel João conduziu-a a bordo do navio e quando o rei a viu achou que era ainda mais bela do que no retrato; seu coração ameaçava saltar-lhe do peito de tanta alegria. O rei recebeu-a e a acompanhou-a ao interior do navio. O fiel João, porém, ficou junto ao timoneiro, ordenando-lhe que zarpasse depressa, assim que a princesa colocou os pés no convés.
- A toda vela, faça com que voe como um pássaro no ar - disse ele ao marujo.
Entretanto, o rei ia mostrando à princesa, um por um, os maravilhosos objetos de ouro: pratos, copos, vasilhas, pássaros, feras e monstros, exaltando-lhes as formas e o fino cinzelamento. Passaram, assim, muitas horas na contemplação daquelas obras de arte; em sua alegria ela nem sequer percebera que o navio estava navegando para bem longe de seu palácio. Tendo examinado o último objeto, agradeceu ao mercador, dispondo-se a voltar para casa; mas chegando ao tombadilho, viu que o navio corria a toda vela rumo ao mar alto, distante, muito distante da costa.
- Ah! - gritou apavorada  - Enganaram-me! Fui raptada, estou à mercê de um vulgar e mentiroso mercador, prefiro morrer!
O rei, então, pegando-lhe a mãozinha disse:
- Não sou um simples mercador; sou um rei de nascimento e meu reino não é inferior ao seu. Se usei de astúcia para te raptar, assim o fiz por excesso de amor. Quando vi pela primeira vez teu retrato, a emoção em ver seu rosto esplêndido me fez desmaiar.
Ouvindo essas palavras, a princesa do Telhado de Ouro sentiu-se confortada e de tal maneira que seu coração se prendeu ao coração do jovem rei e consentiu em se tornar sua esposa.
O navio continuava em mar alto e os noivos extasiavam-se a contemplar aqueles objetos todos; enquanto isso, o fiel João; sentado à proa, divertia-se a tocar o seu instrumento; quando viu, de repente, três corvos esvoaçando, que pousaram ao seu lado. Parou de tocar, a fim de ouvir o que grasnavam, pois tinha o dom de entender a sua linguagem. Um deles grasnou:
- Eis aqui o jovem que vai levando para casa a princesa do Telhado de Ouro!
- Sim! - Respondeu o segundo corvo - Mas ela ainda não lhe pertence!
- Pertence, sim! - Replicou o terceiro - Afinal ela está aqui no navio com ele.
Então o primeiro corvo tornou a grasnar:
- Que adianta? Quando desembarcarem, sairá a seu encontro um cavalo alazão, o rei tentará montá-lo; se o conseguir, o cavalo fugirá com ele, alcançando-se em vôo pelo espaço, e nunca mais ele voltará a ver a sua princesa.
- E não há salvação? – perguntou o segundo corvo.
- Sim, se um outro se lhe antecipar e montar rapidamente no cavalo; pegar o arcabuz que está no coldre e conseguir com o mesmo matar o cavalo; só assim o rei estará salvo. Mas quem é que está a par disso? Se, por acaso, alguém o soubesse e prevenisse o rei dessa desdita, suas pernas, dos pés aos joelhos, se transformariam em pedra, tão logo começasse a falar.
O segundo corvo falou:
- Eu sei de mais coisas: mesmo que matem o cavalo, o jovem rei não conservará a noiva, pois, ao chegarem ao castelo, encontrarão numa sala um manto nupcial que lhes parecerá tecido de ouro e prata, ao invés disso é tecido de enxofre e de pez. Se o rei o vestir, queimar-se-á até a medula dos ossos.
O terceiro corvo perguntou:
- E não há salvação?
- Oh, sim! - Respondeu o segundo corvo
- Se alguém tendo calçado luvas, agarrar depressa o manto e o atirar ao fogo para que se queime, o jovem rei estará salvo. Mas que adianta se ninguém sabe disso? E se soubesse e prevenisse o rei, se transformaria em pedra desde os joelhos até o coração.
O terceiro corvo, por sua vez, falou:
- Eu ainda sei de mais uma coisa: mesmo que queimem o manto, ainda assim o jovem rei não terá a noiva; pois, após a cerimônia de núpcias, quando começar o baile e a jovem rainha for dançar, ficará repentinamente pálida e cairá no chão como morta. E se alguém não a acudir depressa e não sugar três gotas de sangue de seu seio direito, cuspindo-o em seguida, ela morrerá. Mas se alguém souber disso e o revelar ao rei, ficará inteiramente de pedra desde a cabeça até as pontas dos pés.
Finda essa conversa, os corvos levantaram vôo e sumiram. O fiel João, que tudo ouvira e entendera, tornou-se, desde então, tristonho e taciturno. Se não contasse o que sabia ao seu amo, este iria de encontro à própria infelicidade; por outro lado, porém, se lhe revelasse tudo, seria a própria vida que sacrificaria. Por fim resolveu-se: “Devo saldar meu amo, mesmo que isso me custe a vida”.
Quando, portanto, desembarcaram, sucedeu exatamente o que havia predito o corvo: surgiu em sua direção um belo cavalo alazão.
- Muito bem! – exclamou o rei  - Este cavalo me levará ao castelo, e fez menção de montá-lo.
Porém, o fiel João, antecipou-se e saltou na sela, tirou o arcabuz do coldre e, num instante, abateu o cavalo. Os outros acompanhantes do rei, que não simpatizavam com o fiel João, exclamaram indignados:
- Que absurdo! Matar um animal tão belo! Tão apropriado para levar nosso rei ao castelo!
- Calem-se, deixem-no fazer o que achar conveniente; sendo meu fidelíssimo João, deve ter motivos razoáveis para agir assim.
Encaminharam-se todos para o castelo; na sala depararam com o manto nupcial, que parecia tecido de ouro e prata, sobre uma salva. O jovem rei logo quis vesti-lo, mas o fiel João, com gesto rápido afastou-o e, de mãos enluvadas, agarrou o manto e o lançou ao fogo, que o consumiu imediatamente, causando indignação nos observadores. Novamente os acompanhantes do rei tornaram a protestar contra esse atrevimento:
- Vejam só! Ousa queimar até o manto nupcial do rei! Que petulância e que atrevimento tem esse João!
Mas o rei tornou a interrompê-los, defendendo seu protegido:
- Calem-se! Deve haver um sério motivo para isso; deixem que faça o que deseja, ele é meu fidelíssimo João e tem a minha aprovação.
Tiveram inicio as bodas, com grandes festejos. Chegando a hora do baile, também a noiva quiz dançar; o fiel João, atento às menores coisas, não deixava de observar-lhe o rosto; de súbito, viu-a empalidecer e cair no chão como morta. De um salto, aproximou-se dela, tomou-a nos braços e carregou-a para o quarto, reclinando-se em seu leito; ajoelhando-se ao lado da cama, sugou-lhe do seio direito três gotas de sangue e cuspiu-as. Com isso ela imediatamente recuperou os sentidos e voltou a respirar normalmente. O jovem rei, porém, que a tudo assistia, acompanhando toda a cena, sem comprometer as atitudes do fiel João, ficou furioso com a ousadia do seu servo e ordenou:
- Prendam-no já! Levem-no para o cárcere agora!
Na manhã seguinte, o fiel João foi julgado e condenado à morte. Levaram-no ao patíbulo, mas, no momento de ser executado, de pé sobre o estrado, resolveu falar.
- Antes de morrer, todos os condenados têm direito de falar; terei eu também esse direito?
- Sim, sim.! Isso eu não posso negar – anuiu o rei.
Então o fiel João revelou a verdade a toda a corte:
- Estou sendo injustamente condenado; sempre te fui fiel Magestade. 
E narrou, detalhadamente, a conversa que ouviu dos corvos no tombadilho do navio quando navegavam para o reino. E agiu desse modo com a intenção de salvar o rei, seu amo e que não se arrependera por sua atitude. Então, após ouvir toda a narrativa de João, muito comovido, o rei exclamou:
- Oh! Meu fidelíssimo João, perdoa-me! Perdoa-me por tê-lo julgado injustamente! Guardas: soltem-no imediatamente.
Porém, assim que acabara de pronunciar as ultimas palavras, o fiel João caiu inanimado, transformado em uma estátua de pedra.
A rainha e o rei entristeceram-se profundamente, e este ultimo em prantos, lamentava-se:
- Ah! Como recompensei mal tamanha fidelidade!
Deu ordens para que a estátua de pedra fosse colocada em seu próprio quarto, ao lado da cama. Cada vez que seu olhar caía sobre ela, desatava a chorar, lamuriando-se:
- Ah! Se me fosse possível restituir-te a vida, meu caro, meu fiel João, como lamento tudo o que houve...
Decorrido algum tempo, a rainha deu a luz dois meninos gêmeos, os quais cresceram fortes e bonitos e constituíam sua maior alegria. Uma ocasião, enquanto a rainha se encontrava na igreja e os dois meninos brincavam junto do pai, este volveu-se entristecido para a estatua suspirando:
- Se pudesse restituir-te a vida, meu fiel João!
Então viu a pedra animar-se e falar:
- Sim! – disse uma voz saindo de dentro da estátua
- Está em seu poder restituir-me a vida, porém isso poderá lhe custar caro demais.
Assombrado com essa revelação, o rei exclamou:
- Por ti darei o que me seja mais caro nesse mundo!
A pedra então continuou:
- Pois bem; se, com tuas próprias mãos, cortares a cabeça de teus dois filhinhos e me friccionares com o sangue deles, eu recuperarei a vida.
O rei ficou horrorizado à idéia de ter que matar seus amados filhos; mas lembrou-se daquela fidelidade sem par que lhe dedicara o fiel João, a ponto de morrer para salvá-lo e não hesitou mais: sacou a espada e decepou a cabeça dos filhos. Depois friccionou com o sangue deles a estátua de pedra e esta logo se reanimou aparecendo-lhe à sua frente vivo e são o seu fiel João.
- A tua lealdade, – disse-lhe o rei, não poderia ficar sem recompensa.
João então, apanhando as cabeças dos meninos, recolocou-as sobre os troncos; untou-lhes o corte com o sangue deles e, imediatamente, os garotos voltaram a saltar e a brincar como se nada houvesse acontecido.
O rei ficou radiante de alegria; quando viu a rainha que vinha voltando da igreja, escondeu o fiel João e os meninos dentro de um armário. Assim que ela entrou, perguntou-lhe:
- Foi a igreja rezar?
- Sim, respondeu ela – mas não cessei de pensar no fiel João; por nossa causa ele foi tão desventurado!
Então o rei insinuou:
- Minha querida mulher, nós poderíamos restituir-lhe a vida; mas custa a vida de nossos filhinhos. Acha que devemos sacrificá-los?
A rainha empalideceu, sentindo o sangue gelar suas veias; contudo animou-se e disse:
- Pela incomparável fidelidade que nos dedicou acho que era isso o que deveríamos fazer, caso fosse essa a última possibilidade.
Felicíssimo por ver que a rainha concordava com ele, o rei abriu o armário e fez sair as crianças e o fiel João.
- Graças a Deus – disse o rei – aqui está nosso querido João vivo e saudável e temos os nossos filhinhos.
Depois contou-lhe detalhadamente o ocorrido. E, a partir de então, viveram todos juntos, alegres e felizes, até o fim da vida.