LIVRO DAS MIL E UMA NOITES
(Kitãb alf layla wa layla)
Autor Anônimo
Quatro volumes
Introdução, notas, apêndice e
tradução do árabe – Mamede Mustafá Jarouche.
Editora Globo (Biblioteca Azul), São Paulo (2005).
Quando o
mercador encerrou o choro e os versos, o gênio disse:- “Por Deus que é
imperioso mata-lo, mesmo que chore sangue, assim como você matou meu filho”. O
mercador perguntou: -“É absolutamente imperioso para você?” Respondeu o gênio:
- “Para mim é imperioso.” E tornou a erguer a espada para golpeá-lo.
Então a aurora
alcançou Sahrãzãd e ela parou de falar. A mente do rei Sãhriyãr ficou ocupada
com o restante da história e, nessa primeira manhã, Dinãrzãd disse à irmã: - “Como
são belas e espantosas as suas histórias!” Respondeu Sahrãzãd: - “Isso não é
nada perto do que vou contar na próxima noite, caso eu viva e caso este rei me
poupe. A continuação da história é melhor e mais espantosa do que o relato de
hoje”. E o rei pensou; “Por Deus que eu não a matarei até escutar o restante da
história, mas na próxima noite eu a matarei”. Depois, quando bem amanheceu, o
dia clareando e o sol raiando, o rei se levantou e foi cuidar de seu reino e de
suas deliberações. O vizir, pai de Sãhrãzad, ficou admirado e contente com
aquilo. E o rei Sãhriyãr ficou distribuindo ordens e julgando os casos
apresentados até o cair da noite, quando entrou em casa e se dirigiu para a
cama acompanhado por Sãhrãzad. Dinãrzãd disse à irmã: - “Por Deus, maninha, se
acaso você não estiver dormindo, conte-me uma de suas belas historinhas para
que possamos atravessar acordados esta noite”. E o rei disse: - “Que seja a
conclusão da história do gênio e do mercador, pois meu coração está ocupado com
ela”. Ela disse: - “Com muito gosto, honra e orgulho, ó rei venturoso”.
A história dos
manuscritos do Livro das mil e uma noites data do século IX, outras histórias
foram sendo incorporadas no século XIII, surgindo na sequencia versões para as línguas
ocidentais e tornando esse texto um dos mais lidos e comentados do mundo.
A história
começa quando o rei Sãhriyãr é traído por sua esposa e jura que a partir de
então matará todas as mulheres do reino, mas a filha do vizir, a bela Sãhrãzad resolveu
arriscar a sua própria vida a fim de salvar as outras mulheres. Então começa a
contar histórias ao rei que tenciona matá-la, mas que espera a conclusão do
relato sempre interrompido em um momento decisivo e de suspende que fica adiado
para a noite seguinte. Essa trama ardilosa de Sãhrãzad vai cativando o rei,
aproveitando de sua curiosidade em saber como termina a história, sempre adiada
e logicamente também o leitor que se vê intrigado com o desfecho dessas
narrativas. Essas histórias vão se estendendo por mil e uma noites até que o
rei se case com ela desistindo de matar as mulheres da corte, cujas vidas a
sagacidade de Sãhrãzad, salvou-as da ira do rei, agora seu marido.
Esse relicário
de inexplicáveis e espantosas histórias é encontrado nesse clássico e maravilhoso
livro, cuja origem se perde no tempo.
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Médico na Escola
Dr José Carlos Machado
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