Pesquisar este blog

domingo, 4 de novembro de 2018

UM HOMEM CHAMADO OVE - resenha de filme

Médico na Escola Dr José Carlos Machado www.mediconaescola.com






 2015 (Suécia)
·         Diretor: Hannes Holm
·         Idiomas: Língua sueca · Língua persa
·         Prêmios: European Film Award for Best Comedy · Guldbagge Award for Best Make-up/Hair Duas indicações para o OSCAR de melhor filme estrangeiro
·         Música de: Gaute Storaas
·         Duração: 1hora 56min ·
Elenco

Johan VViderberg




Baseado em um livro do mesmo nome conta a história de um senhor que tem uma rotina severa cuidando do condomínio em que mora, observando se seus vizinhos descartam seu lixo de forma adequada, se estacionam seus carros nas respectivas vagas, cuidando e criticando duramente a todos à sua volta ao mesmo tempo em que visita o túmulo de sua mulher Sonja. Nessa vida amargurada, solitária, monótona e depressiva começa a pensar em suicídio, mas os novos vizinhos do outro lado da rua mudam as suas perspectivas e trazem novos problemas que ele precisa resolver.
Rolf Lassgärd (OVE), vai aos poucos nos envolvendo nessa trama comovente evocando uma espécie de simpatia do espectador conforme vão sendo desvendados os motivos que o levaram a agir desse modo e é revelado que aquele homem bruto, forte, racional e determinado também tem coração, aliás essa simbologia fica muito pertinente quando descobrimos durante a trama que OVE apresentas um problema de saúde. Acabamos torcendo por aquele rabugento e entendendo o porquê de suas implicações, com pitadas sutis de humor o filme se torna leve, embora com questionamentos significativos, na verdade, nos identificamos com OVE, justamente porque todos nós, sob diversos aspectos e variações, temos esse lado implicante e crítico que reage àquilo que vêm de fora, que é contrário ao novo e ao diferente, que não se enquadra em nossa lógica pré-determinada; tornamos-nos OVE quando temos uma dificuldade de aceitar que o mundo e a realidade simplesmente não existem para nos satisfazer e essa é o grande desafio que precisamos enfrentar para sair desse determinismo e dessa arrogância que nos aprisiona. OVE talvez tenha sofrido privação de seus pais, pouco afetivos e com silêncios profundos, talvez seja naturalmente deprimido, melancólico, mas teve uma companheira (Sonja), que o acolheu e o aceitou desse modo, tem amigos e vizinhos pacientes com suas agressões e essas experiências demonstram que a vida mesmo, com suas hostilidades, injustiças e contradições, também pode ser possível e fica compreensível quando quer se reunir à sua mulher, que o aceita integralmente, mas na sua ausência tem que lidar com aqueles que nem sempre o acolhem que o questionam e nem sempre admitem esse modo agressivo e prepotente de reagir aquilo que não lhe agrada.
A meu ver a grande reflexão que esse filme traz é a chance que podemos ter em avaliar o nosso próprio lado OVE, nas armadilhas e nas projeções que fazemos, no falso self que incorporamos e nesse automatismo reagimos e terceirizamos aos outros todas as nossas frustrações e  angústias ao invés de percebermos que mesmo com todos os argumentos e certezas não existe somente uma verdade e o subjetivismo e a própria vida se incumbi de demonstrar isso, ou seja, a vida pode se tornar mais leve e consequentemente mais feliz.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Médico na Escola
Dr José Carlos Machado
www.mediconaescola.com

Acompanhe tampem nosso canal no You Tube! https://www.youtube.com/user/medicinaescolar