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domingo, 21 de abril de 2013

EM UM MUNDO MELHOR (resenha de filme)





EM UM MUNDO MELHOR (HAEVNEN)
Direção – Susanne Bier
Mikael Persbrandt, Trine Dyrholm, William Johnk Nielsen, Markus Ryggard, Ulrich Thomsen
Dinamarca/Suécia – 2010 – 119 minutos


O médico sem fronteiras, Anton, divide sua vida entre duas realidades muito distintas, na África trabalha em um campo de refugiados, lidando com a miséria e a fragilidade em uma população carente e necessitada, sua família vive em uma cidade na Dinamarca onde o seu filho mais velho, Elias sofre bulling em sua escola, até ser defendido por um aluno recém-chegado, Christian, de quem se torna amigo. Christian vive com o pai e sua avó paterna, chegando recentemente de Londres, onde havia perdido sua mãe e vive a dor dessa perda culpando seu pai por isso, amargurado e solitário solidariza-se com Elias e juntos estabelecem um forte laço de amizade.
Anton encontra-se atualmente separado de Marianne sua mulher, tenta uma reaproximação e em uma de suas folgas do trabalho, passeando com os meninos na cidade, se vê envolvido em uma discussão com um desconhecido que o ofende e o agride na frente das crianças, causando vergonha em seus filhos e inconformismo em Christian que os acompanhava, decide então vingar o pai de seu amigo, dessa agressão, que considera injusta e não se conforma com a atitude de Anton.
Estabelecer um critério moral e não partir para uma ação de retaliação, não respondendo com violência a um ato agressivo foi o critério adotado pelo médico, embora as crianças não tenham aceitado isso e, motivado por Cristhian, optam pela vingança contra o agressor, com riscos de possíveis tragédias e consequências imprevisíveis.
Escolhido como vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010, esse trabalho da diretora Susanne Bier mostra como uma função paterna exercida com firmeza (embora não isenta de dificuldade por quem a exerce) pode ser decisiva e primordial como postura digna que inspira imitação e respeito pelo filho a quem inicialmente se destina, mas que transparece à sua volta. No desenrolar da história, entre essas duas polaridades (África/Dinamarca), o conceito ético-moral é atemporal e universal e embora as realidades sejam absolutamente díspares, a opção pela não violência como a primeira ou a única escolha merece ser reavaliada e valorizada, essa é uma das grandes qualidades desse filme que, com sensibilidade e equilíbrio, colocando-nos frente a uma questão delicada, premente e atual.
José Carlos Machado.

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Dr José Carlos Machado
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