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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

KASPAR HAUSER - Mito - resenha de livro




KASPAR HAUSER
Mito – Mistério – Missão
Günter Kollert
Tradução – Lavínia Abranches Viotti
Edições Religião & Cultura / Editora Antroposófica, São Paulo, 1985
72 páginas.

Baseado em um esboço biográfico o autor nos apresenta um grande enigma da humanidade na figura de Kaspar Hauser, que surgiu na cidade de Nuremberg em 26 de maio de 1828, com um envelope lacrado nas mãos endereçada a um oficial de cavalaria conhecido na cidade e que revelava que o remetente havia encontrado anos atrás (1812), na porta de sua casa um bebê proveniente de um caso amoroso entre uma pobre mulher e um soldado pertencente ao esquadrão local, esse filho agora com 16 anos estava sendo entregue aos cavaleiros.
Tratava-se de um rapaz de pele fina e branca, cabelos louros e com uma fala quase incompreensível que foi adotado pela cidade e que após ser preso para investigações a respeito de sua origem, recebe os cuidados do guarda da prisão que o incorpora à sua família, permitindo que brincasse com seus filhos. Se inicialmente seu vocabulário era reduzidíssimo e seu passatempo favorito era brincar com cavalos de madeira e sendo estimulado pelas pessoas à sua volta aprende com a filha mais nova (uma menina de três anos) de seu protetor, o aprendizado da língua alemã.
Vai sendo conhecido como uma curiosidade digna de ser visitada e recebe das pessoas o carinho, a compaixão e também presentes e roupas até que o magistrado da cidade o adota oficialmente declarando que o menino era “como uma prenda que a Providência nos legou”.
Kaspar Hauser antes de chegar ao “grande mundo” como ele próprio explicaria vivia em um recinto fechado, na companhia de dois cavalinhos de madeira e ficava sentado ou deitado durante o tempo todo, quando dormia recebia comida e água e também os cuidados necessários para o seu corpo, recorda também que certa ocasião um homem veio até ele e o ensinou a escrever o seu nome e a andar, mas de uma maneira bruta.
A caridade dos cidadãos para com o jovem eram estímulos que ele jamais havia recebido e desse modo foi gradativa e rapidamente evoluindo até que em 17 de outubro de 1829, um ano e cinco meses após ter surgido na cidade, Kaspar é agredido por um homem vestido de preto que bateu em sua cabeça, foi encontrado desacordado e ensanguentado no porão da casa onde fora se esconder após esse ataque. As investigações policiais não encontraram nenhuma pista do agressor. Essa foi a primeira de uma série de atentados que viria a sofrer  falecendo em decorrência de um deles em 17 de dezembro de 1833 aos presumíveis 21 anos de idade.
O mistério que envolve a sua vida e o próprio motivo de sua morte de maneira trágica e violenta através de uma facada em seu peito ainda são obscuros, mas o grande enigma que atravessa os anos é a personalidade desse jovem que era admirado e amado por muitas pessoas, mas que, no entanto, que era constituído de um grande amor por aqueles que se aproximavam dele e como esses sentimentos tão contraditórios: amor e ódio desperta até hoje nos corações humanos. Gustavo Radbruch comenta nesse livro: “O que sabe, realmente o homem acerca de seu próximo?
Existe um filme de Werner Herzog que retrata a vida desse personagem: O ENIGMA DE KASPAR HAUSER de 1974, cujo título original é; “Jeder für sich und Gott gegen alle”, que significa “Cada um Prá si e Deus contra todos”, tratando da vida dessa criança abandonada e privada de estímulos, principalmente ligados à fala em seu período de vida mais importante, a infância e cuja origem foi também alegada à de Corte Real de Baden. Concorreu no Festival de Cannes onde recebeu três prêmios.





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