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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O MISTÉRIO DOS TEMPERAMENTOS - resenha de livro

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O MISTÉRIO DOS TEMPERAMENTOS
(As bases anímicas do comportamento humano) – Textos Escolhidos
Rudolf Steiner
Tradução – Andrea Hahn
Texto compilado por C. Englert-Faye a partir de três conferências (Munique em 09/01/1909; Karlshuhe em 19/01/1909 e Berlim em 04/03/1909).
Editora Antroposófica, São Paulo, 3ª edição, 2014.
63 páginas.

A teoria sobre a qualidade dos temperamentos e suas relações com os elementos essenciais que fazem a estrutura do mundo já era conhecida na antiga Grécia, quando Empédocles (495 A. C. – 444 A C.), filósofo da Natureza, influenciado por Heráclito e Pitágoras chamou esses quatro elementos de “raízes” e também os associou aos nomes místicos dos deuses gregos (ZEUS, HERA, NESTIS e AIDONEU). Os antigos filósofos acreditavam que esses eram os elementos básicos da constituição da matéria: fogo, ar, terra e água.


Por sua vez Hipócrates (460 A.C. - 370 A.C.) desenvolve mais tarde a Teoria Humoral e que constituiu durante o século IV A.C. até o século XVII o principal corpo de explicação racional sobre saúde e doença. A chamada Teoria Humoral Hipocrática segue a ideia de que a vida humana seria mantida pelo equilíbrio entre seus quatro humores; sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra que se relacionavam, por sua vez, com os quatro órgãos: coração, sistema respiratório, fígado e baço e cada um destes humores teria diferentes qualidades, por exemplo: o sangue seria quente e úmido; a fleuma seria fria e úmida; a bílis amarela quente e seca e finalmente a bílis negra apresentando-se fria e seca. Dependendo do predomínio de um desses humores na constituição do indivíduo este se apresentaria como sanguíneo, colérico, melancólico ou fleumático. E as doenças seriam o resultado do desequilíbrio entre esses humores e as alterações devidas à ingestão de alimentos que, ao serem assimilados pelo organismo, acarretariam na sobreposição de um desses humores  sobre os demais e o papel terapêutico seria ajudar a expulsar do corpo esse humor em excesso.



Rudolf Steiner (1861 - 1925) traz esses elementos para a atualidade e diz logo na primeira página desse livro que “quando se trata de saber lidar com a vida, temos de auscultar seus mistérios, e estes se situam detrás do mundo sensível”. Os temperamentos são manifestações exteriormente perceptíveis, mas isso é somente uma parte da entidade humana e quando nos aprofundamos na complexidade da natureza humana, teremos a oportunidade de observar cada indivíduo sob uma ótica mais acertada. Os temperamentos encontram-se mesclados dentro de cada um de nós, das maneiras mais diversas e só poderemos afirmar que sob determinados aspectos e situações predomina este ou aquele temperamento.
A Ciência Espiritual ou Antroposofia mostra que a criança, através de uma corrente hereditária que provém de seus antepassados adquire características que transmitirá novamente aos seus descendentes, mas essa herança é somente uma face de sua personalidade, pois, aquilo que foi nos oferecido através dessa corrente hereditária conflui para o que é nossa natureza particular. Sob esse mesmo prisma antroposófico cada um de nós, traz consigo próprio, até certo ponto, determinadas qualidades e seu destino. Portanto, quando entra na vida física, uma sequencia de vidas atrás de si também participam de sua individualidade. Segundo Steiner o temperamento é aquilo que “tinge as características transmitidas de geração em geração”, o temperamento fica entre o que trazemos de individual e o que provém de nossa linha hereditária, as duas correntes (hereditariedade e individualidade) ao se unirem tingem uma à outra.
Os quatro corpos da entidade humana (corpo físico, corpo etérico, corpo astral e eu), interagem mutuamente da forma mais diversificada, através dessa ação recíproca entre esses membros, na confluência dessas duas correntes surgem, os temperamentos. Então cada um desses corpos se corresponderá com um determinado temperamento, assim o corpo físico se corresponde com o temperamento melancólico, o corpo etérico com o fleumático, o corpo astral com o sanguíneo e o eu com o colérico. Cada um com suas características e manifestações. Desse modo o autor vai explicando as qualidades de cada temperamento, orientando e ensinando que esse estudo pode ajudar na tentativa de compreender as manifestações de pessoas próximas a nós e, antes de tudo, podermos conhecer um pouco mais de nós mesmos.
Material excelente para quem trabalha com crianças.



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