A ESCOLA QUE SEMPRE SONHEI SEM IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR
Rubem Alves
Papirus Editora
décima terceira edição
2019
122 páginas
O prefácio desse livro é de Ademar Ferreira dos Santos que nos apresenta a Escola da Ponte, cuja pedagogia é considerada por muitos uma comunidade educativa, revolucionária em procurar a democracia no sentido de que todos os seus membros concorram para formação de uma vontade e de um saber coletivos e autorregulada, pois as regras e normas se baseiam em agir e interagir de uma determinada maneira, de acordo com uma ideia coletivamente apropriada e compartilhada por todos e o objetivo comum é constituir um ambiente amigável e solidário de aprendizagem. Tarefa difícil, mas que encantou uma pessoa voltada para as questões pedagógicas saudáveis e vivas como Rubem Alves.
Na Escola da Ponte, ensina o mestre: "As crianças que sabem ensinam as crianças que não sabem. Isso não é exceção. É a rotina do dia a dia. A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de solidariedade. Mais que aprender saberes, as crianças estão aprendendo valores. A ética perpassa silenciosamente, sem explicações, as relações naquela sala imensa. Na outra parede encontrei dois quadros de avisos. Num deles estava afixada a frase: "Tenho necessidade de ajuda em...". E, no outro, a frase: "Posso ajudar em...". Qualquer criança que esteja tendo dificuldade em qualquer assunto coloca ali o assunto em que está tendo dificuldades e o seu nome. Um outro colega, vendo o pedido, vai ajudá-la. E qualquer criança que se ache em condições de ajudar em algum assunto coloca ali o assunto em que se julga competente e o seu nome. Assim vai se formando uma rede de relações de ajuda".
É ou não algo revolucionário, na melhor definição da palavra? Um espaço único partilhado por todos, sem separação por turmas, sem campainhas anunciando o fim das aulas e com uma lição social compartilhada por todos: Todos partilhamos de um mesmo mundo! Não há competição, todos se ajudam e há cooperação. A vida social depende de que cada um abra mão de sua própria vontade principalmente se isso for contrário à vontade coletiva. Saber que um modelo pedagógico como esse (idealizado na década de 1970 por José Pacheco em Portugal) existe e é possível de ser realizado revela como diz o nome desse livro algo sempre sonhado e até então inimaginável.
Uma leitura importante para quem trabalha com educação e deseja entender e saber mais sobre outras propostas pedagógicas.
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Médico na Escola
Dr José Carlos Machado
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