Mamãe pardal leva seus filhotes ao campo, a fim de que aprendam a procurar seu próprio alimento. Isso não lhes agrada. Preferem voltar ao ninho, onde têm mais conforto, pois ali sua mãe lhes tem de levar a comida até dentro do bico.
“Meus filhinhos”, diz ela, “vocês já são bastante crescidos para se alimentarem sozinhos; minha mãe me colocou para fora do ninho muito mais cedo”. “Mas os arqueiros nos matarão”, respondem os filhotes. “Não, não”, diz a mãe. “Leva-se tempo para fazer pontaria, quando vocês virem que eles levantam o arco e o firmam na altura do rosto para disparar, afastem-se voando”. “É isso o que queremos fazer, mas se um deles pegar uma pedra e quiser atirá-la em nós, não é preciso fazer pontaria e então?” “Vocês podem ver a maneira como ele se abaixa para pegar a pedra e terão tempo de fugir”, responde a velha mãe. “Mas como, se ele tem uma pedra constantemente na mão e a qualquer momento está pronto para atirá-la?” “Ora, ora não é que vocês já sabem de tudo!” diz ela. E, com isso, levanta voo e os deixa sozinhos.
Wilhelm Grimm
(A Luz do Sol – Livro de leitura para crianças organizado por Caroline von Heydebrand -tradução Maria Barbara Trommer e Renate Kaufmann – Editora Antroposófica São Paulo/1985 – pág. 22)
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