O MENINO QUE FOI ATÉ A CASA DO VENTO NORTE
Conto Popular
Uma vez um menino foi fazer compras para sua mãe quando ele estava voltando para casa carregado de
compras, surgiu de repente uma ventania muito forte e carregou todas as compras que ele havia feito para muito longe dali. E o menino começou a gritar desesperado:- Socorro! Minhas compras!
O vento levou todas as compras do menino. A solução foi ir novamente ao mercado e comprar com o pouco dinheiro que restava algumas coisas para levar para sua casa, mas assim que botou os pés na rua com as compras, novamente veio o vento forte que soprou as compras do menino para bem longe dali. E ele, muito aborrecido com esse contratempo, resolveu ir até a casa do Vento Norte reclamar o que havia perdido. Depois de caminhar até a noite, avistou o local onde morava o Vento e chegando até ele perguntou:
- Como explica o que fez comigo por duas vezes Senhor Vento Norte? Assoprando e levando para longe todas as compras que fiz? O que é que vou dizer em casa quando minha mãe perguntar pelas compras que não levei, já que foram todas levadas pelo senhor? Não temos mais dinheiro para comprar mais nada.
E o Vento Norte lhe respondeu:
- Ora meu filho! Eu sou o Vento. É da minha natureza assoprar e ventar! Mas como você foi muito determinado vindo até aqui e por considerar justa e sincera a sua reclamação, vou lhe conceder uma reparação, eu vou te dar uma toalha mágica, que poderá compensá-lo pelas suas compras perdidas.Toda vez que você quiser comer alguma coisa você diz: "Toalha, coloque a mesa agora!" E verá que isso acontecerá bem diante dos teus olhos e muitas coisas gostosas aparecerão sobre essa toalha. Agora pode voltar para casa.
O menino ficou tão feliz com o presente que se despediu satisfeito e foi embora para a sua casa apressado para contar para sua mãe as novidades. Mas já estava escurecendo e ele teve que dormir em uma pousada que ficava no meio do caminho. Quando ele chegou lá pediu um quartinho bem simples pois tinha-lhe sobrado muito pouco dinheiro, como estava com muita fome resolveu testar a toalha que havia ganhado. Então arrumou-a sobre a mesa e pediu como o Vento Norte lhe ensinara:
- Toalha, coloque a mesa agora!
- Ora meu filho! Eu sou o Vento. É da minha natureza assoprar e ventar! Mas como você foi muito determinado vindo até aqui e por considerar justa e sincera a sua reclamação, vou lhe conceder uma reparação, eu vou te dar uma toalha mágica, que poderá compensá-lo pelas suas compras perdidas.Toda vez que você quiser comer alguma coisa você diz: "Toalha, coloque a mesa agora!" E verá que isso acontecerá bem diante dos teus olhos e muitas coisas gostosas aparecerão sobre essa toalha. Agora pode voltar para casa.
O menino ficou tão feliz com o presente que se despediu satisfeito e foi embora para a sua casa apressado para contar para sua mãe as novidades. Mas já estava escurecendo e ele teve que dormir em uma pousada que ficava no meio do caminho. Quando ele chegou lá pediu um quartinho bem simples pois tinha-lhe sobrado muito pouco dinheiro, como estava com muita fome resolveu testar a toalha que havia ganhado. Então arrumou-a sobre a mesa e pediu como o Vento Norte lhe ensinara:
- Toalha, coloque a mesa agora!
E por puro encantamento surgiu sobre a toalha coisas muito gostosas: bolos de vários sabores, frutas deliciosas, queijos, pastéis e pães quentes e macios, tortas, leite, sucos, sorvetes e sobremesas de todos os tipos e o menino comeu tudo aquilo com muito gosto e apetite e foi dormir com a sua barriga cheia.
Acontece que o dono da pousada era um ladrão e desconfiou que aquele menino poderia ter alguma coisa de valor e ficou espiando toda aquele banquete com olhos invejosos e resolveu roubar o rapaz. Então, enquanto o menino dormia com a toalha mágica do seu lado, ele foi lá e trocou-a por uma outra praticamente igual, mas que não era mágica.O menino que continuou dormindo e não sabia que havia sido roubado, na manhã seguinte foi correndo mostrar à sua mãe o belo presente do Vento Norte e foi logo avisando:
- Nunca mais nós vamos passar fome aqui em casa! Olhe, a toalha que ganhei do Vento Norte! É uma toalha mágica.
- Nunca mais nós vamos passar fome aqui em casa! Olhe, a toalha que ganhei do Vento Norte! É uma toalha mágica.
Enquanto contava à mãe todo o acontecido esticou a toalha na mesa foi logo dizendo:
- Toalha, coloque a mesa agora!
- Toalha, coloque a mesa agora!
Mas a falsa toalha não colocou nem sequer uma migalha de pão sobre a mesa e o menino com muita raiva, entendeu que aquela toalha não era mágica, sentiu-se enganado e resolveu voltar até a casa do do Vento Norte reclamar da falsidade do presente, quando chegou foi logo dizendo:
- Como o senhor pode me enganar assim? Essa toalha aqui não tem poder algum!
- Como o senhor pode me enganar assim? Essa toalha aqui não tem poder algum!
E o Vento Norte, interrompeu sua ventania e lhe disse:
- Ora meu filho! Eu te dei uma toalha mágica sim, mas já que você não tem mais aquela que lhe dei e para não ficar no prejuízo, já que você é um rapaz muito destemido e obstinado e continuo achando-o sincero, vou te recompensar oferendo agora um carneiro mágico que fornecerá à você moedas de ouro. E toda a vez que precisar de algum dinheiro você terá de dizer ao carneiro:
- Carneiro me dê algum dinheiro agora!
- Verá como isso irá acontecer de fato. Agora volte para sua casa! O menino saiu da casa do Vento Norte, maravilhado, muito mais satisfeito do que da primeira vez, isso sim valia a pena, estava ansioso para contar à sua mãe o presente que recebera.
Mas a casa do Vento Norte era muito longe e, novamente, a noite chegou antes dele chegar em sua própria casa e resolveu passar a noite na mesma estalagem da última vez e pediu o mesmo quarto de antes ao dono ladrão. Não via a hora de testar o presente e quando se trancou no quarto testou o carneiro:
- Carneiro me dê algum dinheiro agora!
Então o rapaz viu surgirem à sua frente mil moedas de ouro que cintilavam de tão preciosas que eram. O menino ficou tão feliz com o presente que guardou as moedas no bolso, colocou o carneirinho do lado de sua cabeceira e foi dormir.
O dono da pousada, novamente assistiu tudo aquilo e seus olhos brilharam ainda mais de inveja e resolveu roubar o rapaz mais uma vez e enquanto ele dormia, o bandido foi lá e trocou o carneiro, por um muito parecido, mas que não era mágico.O menino que não sabia de nada, na manhã seguinte, antes do sol despontar, foi correndo avisar a sua mãe:- A benção, minha mãe! Nunca mais vai faltar dinheiro prá nós aqui em casa. Esse carneiro é mágico. E foi logo tratando de experimentar o carneiro:
- Carneiro, me dê algum dinheiro agora!E o carneiro olhava para o menino e nem uma só moeda apareceu para contar história, o menino ficou mais bravo do que da primeira vez e resolveu tomar satisfações com o Vento Norte e partiu em direção à sua casa.
- Senhor Vento Norte, o carneiro que me deu não faz nada senão ficar me olhando. Não é um carneiro mágico como prometestes. E agora, o que é que vou dizer lá em casa para minha mãe?
- Carneiro, me dê algum dinheiro agora!E o carneiro olhava para o menino e nem uma só moeda apareceu para contar história, o menino ficou mais bravo do que da primeira vez e resolveu tomar satisfações com o Vento Norte e partiu em direção à sua casa.
- Senhor Vento Norte, o carneiro que me deu não faz nada senão ficar me olhando. Não é um carneiro mágico como prometestes. E agora, o que é que vou dizer lá em casa para minha mãe?
E o Vento Norte lhe disse:- Ora menino! Alguém deve estar fazendo você de bobo! Veja bem: eu vou te dar agora uma bengala mágica. Toda a vez que você precisar de ajuda diga para a bengala:
- Bengala, socorro!
E ela irá te socorrer. Agora vá, volte para sua casa menino, vá!
E o menino voltou satisfeito porque o Vento Norte novamente lhe havia dado um bom presente, mas, novamente foi surpreendido pela noite no meio do caminho de casa e parou na mesma estalagem de antes, porém, dessa vez lembrou do que lhe dissera o Vento Norte e fingindo que estava dormindo deixou a bengala bem próxima de sua cama.
O ladrão já estava ansioso pelo próximo golpe e ficou de prontidão à porta do quarto do rapaz esperando que adormecesse e chegando bem próximo à sua cama já começou a trocar a bengala mágica por outra que havia arrumado, mas assim que se aproximou o menino gritou:
- Bengala, socorro!
E a bengala começou a lhe bater com força e quanto mais ele corria mais o bandido apanhava, até que pediu em nome de tudo o que era mais sagrado para que o rapaz o poupasse de tamanha surra.
E o menino lhe falou:
- Só vai parar de apanhar quando me devolver tudo o que me roubou. E a bengala continuava castigando o ladrão que desconsolado só sabia gemer e pedir perdão, prometendo devolver tudo ao menino.
Então o menino pediu que a bengala parasse com o serviço e de posse do carneiro, da bengala e da toalha foi em direção à sua casa, feliz da vida com seus presentes.