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terça-feira, 6 de novembro de 2018

A ESCOLA IDEAL PARA MEU FILHO - artigo







A ESCOLA IDEAL PARA MEU FILHO

Entre outros desejos, os pais procuram uma escola para que seus filhos possam aprender a escrever e ler, onde possam também se divertir com segurança e que encontrem professores que se preocupem com o desenvolvimento infantil e que possam ajuda-los na difícil tarefa de ensinar valores morais, éticos e sociais, um lugar em que a criança possa ser feliz, enfim, todos nós, almejamos encontrar uma escola ideal para colocar nossos filhos e, desse modo, podermos dormir tranquilos com a sensação de dever cumprido. Mas, qual seria a escola ideal que cumpriria esse papel, ou ainda, existe alguma escola assim?
Acredito que sim. Embora algumas questões precisem ser observadas. Por exemplo, seria interessante saber qual é a expectativa que os pais têm em relação a essa escola e se essa mesma expectativa está sendo observada a contento, de ambas as partes, inclusive. Explico, muitos pais anseiam ver seus filhos aprenderem a ler e a escrever com perfeição e se decepcionam quando observam seus filhos muito “atrasados” quanto a isso, principalmente quando comparados a outras crianças da mesma idade.
 Questionam então a pedagogia, criticam a metodologia, ficam frustrados com o desempenho das crianças, e desestimulam não somente a criança que percebe essa decepção, mas também a própria escola, na figura do (a) professor (a) que se sente desestimulado, na verdade, esperavam mais do que estão vendo. No entanto, às vezes se esquecem de ver a criança como um todo e essa “falha” no aprendizado acaba sendo o fator que mais lhes chama a atenção, mas aqui caberia perguntar: - Essa criança gosta de ir à escola, ela brinca na escola e sabe pular e correr pode fazer tudo isso nesse ambiente escolar que frequenta?
Nos primeiros anos de vida essa deveria ser a tarefa dos professores: ensinar a criança a pular corda, correr em uma perna só, andar em cima de um muro baixo, subir em uma árvore, explicar pouco e brincar bastante com elas... essas “brincadeiras” estimulam e preparam a criança para assimilar futuros conceitos e interiorizar informações de uma maneira mais adequada. O oposto não seria interessante para a criança, poderia satisfazer ao exibicionismo dos pais que poderiam apresentar seu filho que já sabe escrever o próprio nome e ainda contar até vinte com cinco, seis anos de idade, mas o questionamento que também deveria ser feito é: - Qual a serventia disso tudo para a própria criança?
Nas escolas onde a pedagogia acompanha o desenvolvimento infantil, esse cuidado é observado com critério e essa preocupação também tem uma conotação médica, pois, esses estímulos racionais precoces geram consequências nem sempre agradáveis, porque “apressamos” a maturidade e introduzindo conceitos e fórmulas cedo demais (antes dos sete, oito anos), corremos o risco de “engessar” a criança e isso seria um desastre tanto pedagógico como também médico, pois o corpo passa a reagir com doenças (insônia, hiperatividade, ansiedade, falta de concentração, distmia, inapetência, terror noturno...).
A escola ideal somos nós que fazemos para os nossos filhos, quando escolhemos uma escola e procuramos entender seus métodos, quando pedimos explicações e fomos orientados com transparência e objetividade, quando questionamos e somos acolhidos e guiados, mas para isso, precisamos também contribuir; temos ainda as nossas tarefas, ou seja, precisamos estar preparados para aceitar aquilo que nossos filhos nos trazem de novidade, participando das propostas da escola, fazendo parte dos mutirões e das reuniões de classe, podemos nos inteirar do que acontece na sala de aula, nesses encontros podemos esclarecer nossas dúvidas e perguntar sobre o desenvolvimento psicossocial da criança, como anda seu aprendizado, como ela se comporta com os colegas, como é a criança longe dos nossos olhos e também conhecer as famílias que optaram pela mesma escola que nós e que talvez tenham as mesmas dúvidas e angústias que nós também temos. Desse modo a escola passa a ser também uma segunda casa para a família, uma extensão compartilhada com a criança que passa nesse espaço um grande tempo de seu dia.
A escola ideal deveria ser uma continuidade de nossa casa, onde elegemos um (a) professor (a), cuja principal atribuição seria antes de qualquer coisa, a condução de nosso filho, aquele em quem confiamos nosso grande tesouro, desse modo também selamos um compromisso, ou seja, a confiança também requer espaço, tempo e crença em que esse profissional pode fazer um bom trabalho, principalmente quando podemos proporcionar à criança um ambiente semelhante, seja ouvindo com paciência e interesse o seu dia-a-dia na escola, seja repetindo em casa algumas novidades que a criança traz com entusiasmo, como os contos de fada ou as histórias que ela aprendeu na escola, compartilhar esses momentos são privilégios que não deveríamos abrir mão.
Enfim, a escola ideal é feita além da confiança, de uma base fraterna, nesse ambiente os pais, o corpo docente, os colegas, os funcionários, as crianças aprendem a se conhecer, pois todos se encontram ligados uns aos outros, e passamos a respeitar cada um do jeito que é, porque a fraternidade permite isso, inclusive podermos contar com essas outras pessoas, como se fizessem parte de uma grande família que passa a ser a nossa segunda casa, a comunidade escolar. Essa seria a verdadeira contribuição de cada um de nós pode fazer do seu modo para eleger o lugar que nosso filho junto com os filhos de outros possa encontrar o caminho mais adequado à realização de suas potencialidades, o papel da escola e dos adultos condutores dessa criança é tornar isso suficientemente viável.



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Médico na Escola
Dr José Carlos Machado
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