FAMÍLIA - Urgências e
Turbulências
Mário Sergio Cortella
Cortez Editora (2017)
141 páginas
O escritor e filósofo Mario
Sergio Cortella já avisa na apresentação desse livro: “Nós temos hoje urgências e
turbulências na questão da família. E algumas dessas urgências não podem ser
adiadas. Precisamos nos lembrar de que, em muitas situações, é melhor agir cedo
antes que seja tarde”. E está certíssimo o professor, os consultórios
estão repletos desses exemplos onde muitas famílias parcial ou completamente
desestruturadas procuram ajuda porque já não sabem mais o que fazer com seus
filhos e com suas próprias vidas, afinal o que e como fazer para mudar esse
quadro?
Essa é a proposta desse livro que
em dezessete capítulos tenta trazer um pouco de lucidez às turbulências atuais
que as famílias se defrontam. Angústias da criação turbulenta, Turbulência na
autoestima!, Tudo tem limite! Enfrentar a turbulência, esses são alguns dos
temas em que o mestre vai tentando destrinchar essas agitações que as famílias
enfrentam nos dias de hoje. Enumerando-as, mas não oferecendo soluções fáceis,
pois quem está acostumado com a literatura de Cortella sabe que o autor é um
grande provocador e habilidoso com as palavras trazendo a partir de comparações
com sua própria experiência pessoal que existe sim uma possibilidade de
enfrentamento desde que consciente e operativa.
Entre tantas observações que
recheiam esse livro destaco uma delas que me parece ser a síntese do conceito
de família que causa tanto rebuliço nessas questões turbulentas, justamente por
sua definição, em que o autor ensina que: “Uma família não é uma instituição
democrática é uma instituição participativa. A organização democrática tem o
pressuposto da igualdade de direitos e, portanto, também da igualdade de
responsabilidades. Numa família, a responsabilidade dos adultos sobre aqueles
que educam não é idêntica”. E isso faz toda a diferença, pois a
hierarquia, a própria estruturação familiar não acontece quando transferimos a responsabilidade
para aqueles que não têm ainda condições de realiza-las, mas que também, caso
os adultos permitam que isso se cristalize, essas mudanças não acontecerão, realmente
é preciso transformar essa equação.
Essas mudanças dão trabalho, pois
de ambas as partes existe uma cômoda relutância quer sejam dos pais que
consideram que a família está desestruturada por essa ou aquela situação que se
tornou irremediável e, portanto, desistem ou por conta dos filhos que não sendo
cobrados continuam aguardando alguém que os questione e relaxam e quando isso não
se modifica até as turbulências vão se tornando aceitáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Médico na Escola
Dr José Carlos Machado
www.mediconaescola.com
Acompanhe tampem nosso canal no You Tube! https://www.youtube.com/user/medicinaescolar