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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

AS FADAS (conto)







Diamantes e ouro podem 

 Trazer maravilhas para você; 

Mas uma palavra delicada 

Vale mais que a moeda dourada.


Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas. A mais velha se parecia tanto com ela, no físico e no temperamento, que quem via a filha, via a mãe. As duas, mãe e filha, eram tão desagradáveis e arrogantes que ninguém conseguia conviver com elas. A mais nova, que era a cara do pai em gentileza e doçura, era portadora de rara beleza. A mãe adorava a mais velha, já que se pareciam tanto; e odiava a mais nova com a mesma intensidade. Ela fazia a menina comer suas refeições na cozinha e trabalhar da hora em que o sol nascia até tarde da noite. Uma das tarefas da pobre criança era ir duas vezes por dia buscar água na nascente que ficava a meia milha de distância, trazendo na volta um jarro pesado cheio de água. Um dia, quando ela estava na nascente, uma velha veio e pediu um pouco de água.  "Claro, senhora," disse a menina. Enxaguou o jarro e buscou pegar água da parte mais limpa da nascente. Entregou o jarro à mulher e ajudou a erguê-lo para que ela pudesse beber mais facilmente.  Essa velha mulher era uma fada, que tomou a forma de uma pobre camponesa para ver até onde iria a bondade da menina. "Você é tão bonita," ela disse ao acabar de beber, "e tão educada, que vou te conceder um dom", e a fada continuou, "que para cada palavra que você diga uma flor ou pedra preciosa saia da sua boca."  Quando a menina chegou em casa, sua mãe reprendeu-a por voltar tão tarde da fonte.  "Por favor, me desculpe, mãe," disse a pobre criança, "por ter demorado tanto," e enquanto ela falava essas palavras, três rosas, três pérolas e três diamantes saíram de sua boca.  "O que estou vendo?" gritou a mãe. "Será que vi pérolas e diamantes caindo de sua boca? O que você fez, minha filha?" (Era a primeira vez que ela a chamava de 'minha filha')  A pobre criança contou o que aconteceu, espalhando incontáveis diamantes enquanto falava.  "É claro!" gritou a mãe. "Tenho que mandar minha filha mais velha para lá. Venha, querida. Veja o que sai da boca de irmã enquanto ela fala! Você não gostaria de ter o mesmo dom? Tudo o que precisa fazer é ir à nascente pegar água e, quando uma velha te pedir um pouco de água, você dá a ela gentilmente."  "Você quer que eu vá até a nascente?" respondeu a mal-educada garota.  "Estou dizendo que você tem que ir," respondeu a mãe, "e agora mesmo!" De muito mau humor a garota saiu levando com ela o melhor cantil de prata da casa. Tão logo ela chegou à nascente, ela viu uma mulher vestida majestosamente, que veio até ela e pediu um pouco de água. Era a mesma fada que havia aparecido para a irmã, mas ela estava disfarçada de princesa para ver até onde iria a falta de educação da garota.  "Você acha que vim até aqui só pra pegar água pra você?" disse a garote de maneira rude. "Você acha que eu trouxe um cantil de prata até aqui só pra dar água para uma madame? Sim, é bem isso que você pensou! Pegue a água você mesma, se quiser!"  "Você não é muito educada," disse a fada calmamente. "Bem, em troca por sua falta de cortesia eu garanto que, a cada palavra que você disser, uma cobra ou um sapo saia de sua boca."  Tão logo a mãe viu a filha chegando em casa, ela gritou "Como foi, filha?"  "E então, minha mãe?" respondeu rudemente a garota. E enquanto ela falou, duas víboras e um sapo saíram de sua boca.  "Deus do céu!" gritou a mãe. "O que eu vejo? A culpa é da sua irmã. Ela vai pagar por isso!"  Ela correu para bater na menina, mas a pobre criança conseguiu fugir floresta adentro. O filho do rei, voltando de uma caçada e vendo como a menina era bonita, perguntou à menina o que estava fazendo sozinha na floresta e por que ela estava chorando.  "Oh, meu bom senhor, minha mãe não me quer mais em casa."   Enquanto ela falava, o filho do rei viu saírem de sua boca cinco ou seis pérolas e alguns diamantes. Ele pediu que ela contasse como isso aconteceu, e ela relatou toda a história.  O filho do rei se apaixonou por ela, e considerando que o dom que ela tinha recebido valia muito mais e superaria qualquer dote de outra moça, ele a levou ao palácio de seu pai, onde casaram.  Quanto à irmã mais velha, ela se tornou tão odiosa que sua própria mãe a expulsou de casa. Depois de ter procurado em vão algum abrigo, ninguém queria acolher a pobre miserável, então ela foi a um canto perdido da floresta onde morreu sozinha. 

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Médico na Escola
Dr José Carlos Machado
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